Reabilitação do Mercado do Bolhão


CONCURSO PÚBLICO INTERNACIONAL - 1º LUGAR 1992

CONCURSO PÚBLICO INTERNACIONAL - 1º LUGAR 1992 “aprovado por unanimidade distinção e louvor”, juri não atribuiu 2º Lugares

Juri:
C.M.Porto,
Ordem dos Arquitectos,
Faculdade Arquitectura,
Arquitecto Siza Vieira,
Arquitecto Duarte Castel-Branco 

PROJECTO DE EXECUÇÃO 1996-1998

O Mercado do Bolhão é um dos maiores, senão o maior, dos símbolos do Comércio Tradicional da Cidade do Porto.

Equaciona, desde 1917:
- pelo lado exterior o Comércio tradicional de rua;
- no interior o terrado, a Praça e o comercio de bens perecíveis alimentares.

Realiza-se no período da primeira Grande Guerra, segundo o Plano de Melhoramentos da Cidade do Porto, para evitar a falta de abastecimento alimentar às pessoas (pela diversidade de Comerciantes e produtos) e simultâneamente para se constituir, como Mercado Abastecedor e bolsa de referência para o valor dos alimentos comercializáveis, no Porto e Arredores.

Actos simples e inteligentes dos Dirigentes Políticos

É com base no conhecimento deste contexto ideológico e preceitos Patrimoniais, que se desenvolve o projecto de execução para a Reabilitação do Mercado do Bolhão entre o ano de 1996 e 1998, abrindo-se uma extensão do Gabinete dentro do Mercado do Bolhão, a fim de se reconhecer e estudar as patologias funcionais e construtivas e não alterar este principio elementar, estruturante, o de “garantir o abastecimento alimentar à cidade”, nomeadamente:
-manter, o Património e as suas estruturas compositivas e de acessibilidades;
-reequacionar, os espaços perdidos;
-acrescentar, as infra-estruturas;
-evitar, com a construção, que os Comerciantes e os seus Utilizadores perdessem o hábito de o utilizar.

O Custo previsto em 1998, com a apresentação do Projecto para a execução da Reabilitação do Mercado do Bolhão, alterou de 4.000.000.000$00 previsto no concurso público, para 2.500.000.000$00, em virtude da proposta de reabilitação recuperar e readequar a estrutura de betão armada, bem como, o posicionamento do estacionamento e armazéns na cave e subcave.

O Projecto de Reabilitação apresentado e aprovado por unanimidade pela Ex.ma Câmara do Porto, prevê:
-Mantém, o Mercado como simbolo do Comercio Tradicional;
-Mantém, as características funcionais de Praça Aberta com abrigos pontuais em cada espaço;
-Mantém, a galeria existente para o sector de restauração alimentar, apelativa e representativa da gastronomia da Região com esplanada coberta e do meio restante a galeria daria apoio a um sector de comércio livre, não alimentar, onde nas paredes envolventes seriam colocados os painéis alegóricos ;
-Acrescenta a galeria intermédia (por razões estruturais e de estabilização das paredes periféricas), para espaços comerciais, não alimentares, representativos da Região;
-Mantém, o Terrado (Praça) com a mesma composição funcional, recuperando todo o edificado, para a venda de produtos alimentares sazonais na zona central e na lateral para produtos alimentares perecíveis com exigência de rede de frio;
-Acrescenta, as infra-estruturas que serão realizadas de novo, tanto para as lojas do interior como para as do exterior do Mercado;
-Recupera, no exterior as caixilharias serão colocadas com igual desenho e execução às originais, com as devidas correcções e adaptações às exigências funcionais do Comércio (iguais à aplicada na Relojoaria Mendonça, a qual cumpriu o Projecto de Reabilitação);
-Retira, todos os equipamentos das fachadas;
- Acrescenta, elevadores e escadas rolantes para uma comoda mobilidade dos Visitantes e Comerciantes;
-Acrescenta, na galeria um painel pictórico alegórico às actividades; - agrícola, vinícola com especial referencia ao vinho do Porto, navegação e mercantilismo e à terciarização de uma forma geral;
-Acrescenta, a placa de identificação das respectivas actividades e de referencia à loja;
-Acrescenta, em cave e subave um parque de estacionamento para o visitantes e residentes e armazéns com câmara de frio para armazenamento dos produtos alimentares.

As patologias construtivas no edifício do Mercado do Bolhão foram também localizadas e caracterizadas nas fundações, bem como, definidos os procedimentos para a sua estabilização, que não passa pelo escoramento das lajes e da cobertura da galeria metálica mas, tão somente, a consolidação das fundações que se encontram assentes sobre aterros consolidados (realizados aquando da construção acerca de 90 anos).

Deveriam ainda, evitar que os autocarros fizessem a utilização da rua de Alexandre Braga e que realizasse medições periódicas do comportamento do edifício face à base, dado o desvio do ribeiro para a rua de Santa Catarina efectuado aquando da realização do túnel / estação do metro do Bolhão.

O Projecto de Execução para a Reabilitação do Mercado do Bolhão, seguiu critérios de defesa do Património (neste caso em Classificação no IPPAR), utilizados em Portugal e nos Países desenvolvidos.